Em uma decisão histórica, a Suprema Corte britânica decidiu por unanimidade que o direito à união civil deveria ser estendido a todos os casais… heterossexuais?
É isso mesmo. Enquanto grupos de direitos LGBT são geralmente os que estão em busca de reconhecimento, dessa vez foi um casal de pessoas do sexo oposto que recorreu aos tribunais para reconhecer a sua união.
Os londrinos Rebecca Steinfeld e Charles Keidan entraram na Justiça contra uma Lei aprovada em 2004 pelo Parlamento britânico, que definia a união civil como “um relacionamento entre duas pessoas do mesmo sexo”.
Rebecca e Charles alegaram que o texto da Lei é discriminatório, e que casais de sexos opostos, para os quais o casamento era a única opção, também deveriam ter o direito à união civil.
O casal, que já está junto há 8 anos e tem dois filhos, diz ser contra a ideia de celebrar um casamento, pois o consideram uma instituição ‘sexista’ e ‘patriarcal’.
"Queremos criar os nossos filhos como parceiros iguais e achamos que uma união civil – uma instituição moderna e simétrica – dá melhor exemplo para eles", explicaram.

A advogada que representou o casal, Louise Whitfield, declarou ao The Guardian que, após a decisão da Corte, iria se divorciar do seu marido, para que ambos pudessem celebrar uma união civil. “Sou uma feminista”, disse. “Foi por esse motivo que eu peguei o caso.”
Peter Tatchell, ativista britânico pelos direitos LGBT, celebrou a decisão como uma “vitória do amor e da igualdade”. “Nunca foi justo que casais do mesmo sexo tivessem duas opções, uniões civis e casamentos civis, enquanto os casais do sexo oposto tinham apenas uma opção, o casamento”, declarou à BBC.
Após o julgamento, espera-se que o governo britânico emende a Lei nas próximas semanas, para deixá-la em conformidade com a decisão da Justiça.
Todavia, o casal vitorioso não esperou para comemorar. "Nós estamos radiantes", declarou Rebecca.
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